MITO: Existe um mapa de sabores na nossa língua.
Este mito derivou da má interpretação dos resultados da experiência do investigador alemão D.P. Haning em 1901. Este decidiu testar a sensibilidade relativa da língua aos quatro gostos conhecidos (apesar de hoje se saber que são cinco), não utilizou um grupo de controlo, nem controlou a subjectividade dos voluntários. Porém, conseguiu concluir que a sensibilidade da língua não era homogénea e que, por exemplo, o máximo de sensibilidade para o doce estava na ponta da língua. Em 1942, Edwin Boring utilizou esses mesmos dados para esboçar um diagrama que traduzisse a variação quantitativa da língua. Tal foi mal interpretado e confundiram-se as zonas de baixa sensibilidade relativa com zonas sem sensibilidade.
Hoje, sabemos, graças à investigadora Virginia Collings, que existem de facto variações na sensibilidade relativa da nossa língua mas as diferenças são tão pequenas que se tornam insignificantes, mesmo quando achamos que somos capazes de detectar essas diferenças, tal deve-se mais ao poder da sugestão que à sensibilidade da nossa língua. Todos os gostos podem ser detectados por qualquer zona da língua que possua papilas gustativas.